Tecido cartilaginoso
Tecido conjuntivo especial (células + componentes extracelulares)
MEC Fibras +
substancias fundamental (gel firme e rico em água)
Não apresenta vasos (sanguíneos e linfáticos) e terminações nervosas
Circundado pelo pericôndrio (tecido conjuntivo denso não modelado)
Flexibilidade + Resistencia = Amortecedor
Funções
Suporte de tecido mole
Revestimento de superfícies articulares para absorção de
choques e facilitação de deslizamentos
Participa da formação e crescimento dos ossos longos.
Crescimento rápido + consistência = material esquelético no
desenvolvimento fetal (molde).
Celulas
Células condrogênicas:
originarias de células mesenquimais e condrogênicas. Fusiformes e estreitas, núcleo
ovoide.
Condroblastos: originário
de células mesenquimais e condrogênicas. Arredondados. Apresentam organelas
correspondentes as síntese
Células Condrócitos
Condrocitos:
condroblastos circundados pela matriz, habitando lacunas.
Manutenção de matriz cartilaginosas
Grupos isógenos: Condrocitos se dividem e podem formar até 32 células
Vivem sob as baixas tensões do oxigênio
Nutrientes chega por difusões
In vivo ocupam toda a lacuna
Nos preparados histológicos ficam retraídos
Crescimento
Intersticial: divisões
de condrócitos > grupo isógenos > produção de matriz > distanciamento >
ocupa outra lacuna > aumenta a cartilagem por dentro
Aposicional: células
condrogênicas do pericôndrio > diferenciação em condroblastos > Síntese
de componentes da matriz extracelular > cresce por acréscimo da periferia
Histogênese
Células mesenquimais retraem prolongamentos ® arredondadas e reunidas
em massas ®
centros formadores de cartilagem
Diferenciação em condroblastos ® síntese da matriz ® células em lacunas ® condrócitos
Condrócitos ainda se dividem ®
grupos isógenos
Pericôndrio
Bainha de tec. conjuntivo denso (em sua maior parte) que
envolve as cartilagens, exceto a fibrocartilagem e cartilagem articular;
Duas camadas:
EXTERNA: fibrosa (colágeno tipo I), com fibroblastos e vasos
sanguíneos;
INTERNA: celular (células condrogênicas)
Funções:
- fonte de novos condrócitos para o crescimento;
- nutrição da cartilagem.
Matriz Cartilaginosa
Substância fundamental: água (75%), proteoglicanos
(agrecana) que se ligam ao ácido hialurônico, condromodulina, condronectina
Fibrilas: colágeno do tipo II (típico)
Matriz Cartilaginosa
Fibrilas: colágeno do tipo II (típico), IX (na
superfície das fibrilas de colágeno), XI (no interior das fibrilas), VI
(pericelular – ancorar células a matriz e organizar fibrilas de colágeno II)
Colágeno tipo X – estrutura em rede – cartilagens sujeitas a
calcificação
Cartilagem
Tipos de Cartilagem
Cartilagem Hialina
Aspecto vítreo e azulado
Cartilagens costais, parte do esqueleto nasal, na laringe,
traquéia, brônquios e superfícies articulares
Forma pequenos moldes dos futuros ossos
Crescimento dos ossos
Cartilagem Hiaina
Superfície articular –
Diartroses
Membrana Sinovial
Cél. A (Macrófagos)
Cél. B (Fibroblastos)
Líquido Sinovial
Ácido Hialurônico
Glicoproteínas (Lubricina)
Exsudato Plasmático
Cartilagem Elástica
Similar a cartilagem hialina: presença de fibras elásticas
na matriz
Mais flexível que a cartilagem hialina
Epiglote,
orelha externa
Cartilagem Elástica
Fibrocartilagem
Não apresenta pericôndrio
Matriz apresentando colágeno I
Discos intervertebrais, sínfise púbica, cartilagem articular
Fibrocartilagem
Condrócitos em
fileiras
Discos
Intervertebrais
Cartilagens do Corpo
Humano
ARTRITE REUMATÓIDE JUVENIL
A artrite reumatóide juvenil ou artrite crônica juvenil é uma doença inflamatória crônica auto-imune.
Não é fatal mas, sem tratamento adequado, pode causar complicações determinantes para a vida da criança como deixar de utilizar normalmente um membro do corpo como um braço ou uma perna, ou ainda deixar de andar e tornar-se totalmente dependente da família.
Febre, erupção na pele, aumento dos gânglios, aumento do fígado e do baço, inflamação do pericárdio que envolve o coração, inflamação da pleura que envolve o pulmão e a artrite são as principais manifestações dessa doença.
Sintomas
Em aproximadamente 40% das crianças com artrite reumatóide juvenil, somente algumas articulações são afetadas. Em 40% dos casos, muitas articulações são afetadas e, nos 20% restantes, a artrite reumatóide juvenil é sistêmica, isto é, ela afeta todo o corpo, não apenas as articulações, e é acompanhada por febre, uma condição denominada doença de Still.
A inflamação de apenas algumas poucas articulações ocorre tipicamente antes dos 4 anos de idade (geralmente em meninas) ou após os 8 anos (geralmente em meninos). A criança apresenta dor, edema e rigidez articular, mais comumente em um joelho, em um tornozelo ou em um cotovelo. Ocasionalmente, uma ou duas articulações (p.ex., um dedo da mão ou do pé, um punho ou a mandíbula) tornam-se edemaciadas e rígidas. Os sintomas articulares podem persistir ou podem ser intermitentes (vêm e vão).
As meninas apresentam uma propensão particular a apresentar iridociclite (inflamação da íris) crônica, a qual geralmente não causa sintomas e é detectada apenas durante um exame oftalmológico. A iridociclite pode causar cegueira e, por essa razão, a criança deve ser acompanhada e a doença deve ser tratada imediatamente.
A inflamação de várias articulações pode ocorrer em uma criança de qualquer idade. As meninas são mais afetadas que os meninos. A dor, o edema e a rigidez articular podem começar gradualmente ou subitamente. Em geral, as articulações primeiramente afetadas são as dos joelhos,tornozelos, punhos e cotovelos. Posteriormente, podem ser afetadas as articulações de ambas as mãos, do pescoço, da mandíbula e dos quadris. Geralmente, a inflamação é simétrica, afetando a mesma articulação nos dois lados do corpo (p.ex., os dois joelhos ou os dois quadris)
A incidência da artrite reumatóide juvenil sistêmica é a mesma em ambos os sexos. A febre é intermitente, sendo geralmente mais elevada ao anoitecer (39 °C ou mais) e, a seguir, retorna rapidamente ao normal. Durante a febre, a criança pode sentir-se muito mal. Uma erupção cutânea plana rósea ou cor salmão, principalmente no tronco e na porção superior dos membros superiores e inferiores, aparece durante pouco tempo (freqüentemente ao anoitecer), migra e desaparece e, em seguida, reaparece. Pode ocorrer aumento de volume do baço e de alguns linfonodos. A dor, o edema e a rigidez articular podem ser os últimos sintomas a se manifestarem.
Qualquer tipo de artrite reumatóide juvenil pode interferir no crescimento. Quando ela interfere no crescimento da mandíbula, a artrite reumatóide juvenil pode causar micrognatismo (queixo retraído).
O fator reumatóide, um anticorpo que é comumente detectado no sangue de adultos com artrite reumatóide, raramente está presente em crianças com artrite reumatóide juvenil. É mais freqüente o fator reumatóide estar presente em meninas que apresentam muitas articulações afetadas.
Prognóstico e Tratamento
Os sintomas da artrite reumatóide juvenil desaparecem completamente em até 75% das crianças. O prognóstico é pior para aquelas que apresentam muitas articulações afetadas e que também apresentam fator reumatóide.
Geralmente, as doses elevadas de aspirina conseguem suprimir a dor e a inflamação articular. Outros antiinflamatórios não esteróides (p.ex., naproxeno e tolmetina) são freqüentemente prescritos no lugar da aspirina, pois o uso desta aumenta o risco de desenvolvimento da síndrome de Reye. Uma criança pode ser medicada com corticosteróides orais quando a doença é sistêmica e grave. Contudo, esses medicamentos podem retardar a velocidade do crescimento e, quando possível, devem ser evitados. Os corticosteróides também podem ser injetados diretamente nas articulações afetadas para aliviar a inflamação. Uma criança que não responde à aspirina ou a outros antiinflamatórios pode ser tratada com injeções de sais de ouro. A penicilamina, o metrotrexato e a hidroxicloroquina podem ser utilizados quando os sais de ouro são ineficazes ou produzem efeitos colaterais.
O exercício previne a rigidez articular. Imobilizadores podem impedir o bloqueio de uma articulação em uma posição complicada. Os olhos são examinados a cada 6 meses a fim de controlar a ocorrência da iridociclite (inflamação da íris). A iridociclite é tratada com um colírio ou uma pomada de corticosteróide e com medicamentos que dilatam a pupila. Ocasionalmente, a cirurgia ocular é necessária.
OSTEOARTRITE
A Osteoartrite é uma doença das articulações caracterizada por degeneração das cartilagens acompanhada de alterações das estruturas ósseas subcondral. As mais atingidas são as articulações das mãos, joelhos, coxofemurais e da coluna.
Um dos sinais da enfermidade é o aumento de conteúdo líquido no interior do tecido cartilaginoso em uma ou mais articulações.
Osteoartrite é a mais comum das doenças reumáticas que se manifesta em ambos os sexos. A intensidade das queixas aumenta progressivamente com a idade.
Causas
É provavel que se inicie com uma anomalia da célula, que sintetizam os componentes da cartilagem, como o colageno (uma proteina resistente fibrosa do tecido conjutivo), e os proteoglicanos, que são substância que dão elasticidade a cartilagem. A cartilagem pode crescer demasiado, mais finalmente torna-se mais fina e surge gretas na superficie, forma-se cavidades diminutas que enfraquecem a medula do osso, debaixo da cartilagem. Podendo haver um crescimento excessivo do osso nas bordas da articulação, causando tumefações esteófitos que pose vim se sentir no tato, essas tumefações pode afetar o funcionamento normal causando dores.
Em boa parte dos casos, não se conhecem as causas da osteoartrite primária ou idiopática, mas sabe-se que obesidade, esforços físicos repetitivos e esportes como o nosso futebol e o futebol americano são fatores de risco para doença.
Já os quadros de osteoartrite secundária instalam-se como consequência de traumas, doenças reumatológicas inflamatórias, necrose óssea, injeções intra-articulares repetidas de cortisona, doenças congênitas do esqueleto, doenças metabólicas e endócrinas, e de enfermidades em que haja comprometimento dos nervos periféricos, por exemplo.
Sintomas
Os sintomas da osteoartrite podem permanecer leves ou mesmo desaparecer por longos períodos. O mais importante é a dor nas articulações, que costuma ser de instalação insidiosa e aumentar de intensidade no decorrer dos anos. Caracteristicamente, nas fases iniciais da doença, ela surge com o movimento e vai embora com o repouso.
Enrijecimento e diminuição da mobilidade articular estão também entre os sinais possíveis da osteoartrite.
Tratamento
Não existe tratamento que retarde a evolução ou reverta o processo patológico que conduz à osteoartrite, mas o condicionamento físico através de exercícios aeróbicos é uma medida importante para controle dos sintomas.
Na verdade, o principal objetivo do tratamento é aliviar os sintomas e permitir que os portadores levem vida normal, sem dor ou limitações de movimento. Para tanto, a indicação de analgésicos é útil, embora sua ação seja pouco duradoura. Já o uso de
anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) deve restringir-se à eventualidade de instalar-se um quadro inflamatório no local.
Em casos selecionados, o tratamento é cirúrgico. As intervenções mais frequentes são: artroplastia (substituição parcial ou total da parte destruída por uma prótese), artrodese (fusão cirúrgica de dois ossos, usada principalmente na coluna), osteoplastia (retirada e limpeza cirúrgica da parte óssea deteriorada) e osteotomia (mudança do alinhamento ósseo através da secção de partes ósseas).
As Recomendações
Deve-se repousar por algum tempo durante o dia e depois de atividades que solicitem a articulação acometida pela osteoartrite;
Adotar uma postura cuidadosa ao sentar-se, levantar objetos e andar, para evitar posições forçadas que sobrecarreguem as articulações;
Evitar atividades que promovam impactos repetitivos e carregar pesos;
Usar sapatos confortáveis que ofereçam boa base de apoio;
Praticar exercícios isométricos que fortaleçam a musculatura para conferir estabilidade às articulações;
Controlar o ganho de peso;
Usar bengala ou andadores; certamente esses objetos lhe darão maior independência de locomoção;
Utilizar sempre os corrimãos das escadas e as alças de apoio no banheiro.
Doença de Ollier
A doença de Ollier ou encondromatose múltipla é um defeito não hereditário, caracterizado pela presença de massas circunscritas de cartilagem, dispostas de forma linear no interior dos ossos. O epônimo "Doença de Ollier" é utilizado para uma condição na qual a distribuição dos encondromas é predominantemente unilateral. Trata-se na verdade de uma discondroplasia, mais do que umaneoplasia verdadeira..
A associação de múltiplos encondromas com múltiplos hemangiomas da pele é conhecida por "Síndrome de Maffucci" . Há ainda uma maior associação com gliomas intracraniais.
ASPECTOS CLÍNICOS
Os ossos afetados costumam ser arqueados e encurtados, com alargamento das regiões metafisárias. Os ossos mais afetados são o fêmur e a tíbia .
Os sinais de encondromatose manifestam-se desde cedo na infância. O acometimento dos ossos dos membros inferiores pode ocasionar um joelho varo de muitos graus. O acometimento leva a um encurvamento dos ossos longos, com ápice da curva na região metafisária. Quando as mãos são afetadas, o progressivo aumento de volume dos dedos pode ser a primeira queixa. Os dedos costumam se apresentar de forma grotesca e com uso funcional prejudicado .
TRATAMENTO
O tratamento envolve processos como curetagem e enxertia das lesões que estejam causando deformidade importante, principalmente nos membros inferiores. As osteotomias da extremidade proximal da tíbia ou distal do fêmur são muitas vezes necessárias para corrigir as deformidades. Em geral evoluem para consolidação. Muitas vezes são utilizadas as técnicas de alongamento, juntamente com a correção do alinhamento, principalmente nos membros inferiores. Atualmente, com a utilização dos fixadores externos, abre-se uma nova perspectiva no tratamento dessas lesões múltiplas. Não indicamos a epifisiodese do membro contralateral na tentativa de equalização, por acharmos que essa técnica pode acentuar a baixa estatura que é comum nesses pacientes, além de ser técnica de resultados controvertidos.
A transformação sarcomatosa pode se desenvolver na vida adulta. Na Mayo Clinic, entre 1907 e 1985, houve 16 transformações em 55 pacientes, o que fala a favor de 30% de chance de malignização .O crescimento localizado e a dor são evidências prováveis de malignização. Em tais circunstâncias a biópsia com a finalidade de detectar precocemente a malignização é indicada .Há também relatos de múltiplas transformações em um mesmo paciente . A síndrome de Maffucci costuma estar associada a maior taxa de transformação maligna, incluindo o aparecimento de gliomas intracraniano.
Artrose
A artrose é uma doença articular mais frequente e a cartilagem é o tecido inicialmente alterado. É um processo degenerativo que produz dano progressivos na cartilagem das articulações, bem como a desintegração de suas superfícies ósseas.
A cartilagem é formada por células especializadas (denominadas condrócitos) e uma matriz intercelular produzidas por essas células, formadas por fibras de colágeno rodeadas de ácido hialurônico. As características biomecânicas do tecido cartilaginoso dependem das fibras de colágeno. O ácido hialurônico é responsável pela elasticidade da cartilagem e pela sua capacidade para suportar pesos. A causa da artrose primárias é a alteração da função normal dos condrócitos. A degeneração dos condrócitos produz a liberação de enzimas que geram a inflamação. Na artrose secundária, o fator que inicia esse círculo vicioso de destruição e degeneração do tecido cartilaginoso geralmente é uma doença (infecção, doença de Paget), feridas, traumatismos ou o uso forçado de alguma articulação.
As manifestações da artrose via de regra, aparecem de maneira gradativa e afetam, principalmente, as articulações que devem suportar os pesos maiores. è comum que afete as articulações dos dedos e das vértebras (cervicais lombares, mais comumente). Nas fases mais avançadas, a doença apresenta dor e certo nível de rigidez, que melhora quando a articulação afetada entra em movimento. Sob o ponto de vista clínico e radiológico, a fase mais avançada desse doença provoca, além de dor e rigidez, notável deformação da articulação.
É muito importante realizar o diagnóstico diferencial em decorrência das causas que produzem artrose, pois das mesmas dependerá o tratamento.
Para aliviar a dor, pode-se utilizar analgésicos ou anti-inflamatórios não esteróides (aspirina, ibuprofeno, etc.). Em determinados casos, pode ser feito tratamento local comn corticóides na articulação comprometida. Recomenda-se manter a mobilidade das articulações com exercícios que também fortaleçam os músculos da área. A aplicação de calor também é útil para aliviar a dor produzida pela artrose. Quando as dores são muito intensas e não podem ser controladas com a medicação, deve ser aplicado um procedimento cirúrgico.